O presidente não sabe dançar
Como Trump deu adeus ao cargo mais poderoso do mundo
Tainah Picanço (ensaio visual)
tainahcp@gmail.com
Juliana Diniz (texto)
julianacdcampos@gmail.com
Foi em 7 de novembro de 2020 que as projeções da Associated Press finalmente indicaram que Joe Biden seria o próximo presidente dos Estados Unidos da América. Do lado de fora do Centro de Convenções da Filadélfia, onde a apuração transcorria entre pausas, um pequeno grupo de apoiadores de Donald Trump fazia eco ao apelo de seu candidato: “STOP THE COUNT!”.
Ao pedir pelo Twitter que se parasse a apuração, Donald Trump já antecipava ao mundo em desesperadas letras garrafais que seria derrotado caso a contagem dos votos seguisse seu curso. Pensilvânia, Wisconsin, Georgia, Michigan dariam o cargo de presidente a Biden, um democrata controverso: o mais velho candidato a presidente, um homem branco, de pouco carisma e uma vida política moldada nos bastidores da articulação.
O protesto trumpista foi abafado pela proteção da polícia e pela algazarra ao redor. Já se comemorava o resultado que a Pensilvânia anunciara ao mundo: Biden conseguira os votos necessários para vencer no colégio eleitoral.
Pelas ruas, uma catarse tomou lugar e, por um breve parêntese, praticamente todas as reservas sanitárias foram esquecidas. Houve dança, música, manifestações exaltadas de felicidade, tudo impulsionado por uma indescritível sensação de alívio.
Trump, o presidente que não sabia dançar, finalmente fora batido.
Tainah Picanço é fotógrafa e videomaker. Está no Instagram.
Juliana Diniz é editora executiva do Bemdito, professora da UFC e doutora em Direito pela USP. Está no Instagram e Twitter.
Reportagem
A virada democrática nos EUA tem nome de mulher
Documentário
Tremor da carne: O que a virada democrata nos EUA pode ensinar ao Brasil de 2021?