Outubro quente
Minha mãe dizia que eu tinha rodinha nos pés. Era uma referência carinhosa ao fato de eu sempre ter gostado muito de me movimentar, viajar. Durante a pandemia, confesso que uma das grandes dificuldades foi ter que me estacionar em um único lugar. Lugar esse que já é por si um movimento, considerando que eu moro longe do meu país de origem há vinte anos.
Então, quando as viagens voltaram a ser possíveis, ainda que exista a exigência de testes e uma burocracia dos diabos, foi como se um sopro tivesse me pegado de surpresa dentro de um túnel escuro e pegajoso. Era hora de voltar a fazer uma das coisas que mais me dão prazer: escrever sobre a experiência de viajar.
Antes da pandemia, eu tive uma revista online exatamente sobre hotéis, restaurantes, experiências de trânsito. Não preciso dizer o quão irrelevante se tornou uma publicação sobre viagens num contexto pandêmico. Fechei a revista e perdi a senha da página do Instagram. Nada fazia sentido naquilo.
Avance um bom tempo e é quase inacreditável que eu me encontraria, de novo, viajando exatamente para trabalhar e escrever. Criei uma nova revista. Criei uma nova conta no Instagram. Criei coragem para recomeçar. Honestamente, não poderia ter tido mais sorte do que, já na primeira viagem pós pandemia, ter a experiência de ficar num lugar pra lá de especial.
Chama-se Epic e tem o melhor café da manhã que você pode sonhar. Não digo só pela comida absurdamente variada, mas pela equipe que já me conhecia pelo nome, já sabia o quanto de leite eu queria no meu café e que meu Eggs Royale tinha apenas um ovo. No dia que eu cheguei, me esperava no quarto uma mesa com muitos e muitos doces, os deliciosos petit fours, feitos de maneira extremamente precisa e caprichada. Quando a gente chega em um hotel, encontra uma mesa farta com delícias, suco, água, a gente sabe que um time dedicado pensa no bem-estar de quem está ali. Viajar também é se sentir bem ou se sentir especial ou ainda, se sentir diferente da rotina.
Estive ainda numa piscina em pleno outubro, o que é inacreditável. Lá estava eu, imaginando o vento frio da Europa do norte refrescando a Inglaterra inteira, com minha roupa de banho, debaixo do sol quente de Lisboa, ouvindo jazz, deitada numa cama de frente para uma infinity pool. Como era possível esse pulo de tempo se comparado ao ano passado quando, confinados, víamos pouca luz no fim do túnel?
Claro, um lugar desses ainda conta com um imensíssimo spa e massagens e tratamentos para todos os gostos e necessidades. Cheguei a frequentar a piscina interna, mas confesso, vinda de Londres e com outubro me olhando nos olhos, o sol de Lisboa visto de uma piscina lá do alto do hotel era bom demais para recusar.
Sabe que cheguei a me esquecer que deveria andar pela cidade? Se você estivesse no meu lugar, também teria se esquecido. Garanto e é perdoável.
Serviço
Hotel Epic Sana Lisboa
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