Bemdito

Sobre os absurdos de um tempo absurdo

Uma reflexão gráfica sobre as construções e desconstruções em torno da percepção do tempo
POR Marco Ribeiro

Uma reflexão gráfica sobre as construções e desconstruções em torno da percepção do tempo

Marco Ribeiro
marcoaoribeiro@gmail.com

Paro, nada acontece. Tento não pensar em nada, o tempo também para e passa. Passa de quando é bom para quando é absurdo. Vejo o que sou, sou também parte desse absurdo no tempo, o meu tempo ou o meu ver o tempo.

Esses tempos absurdos me fascinam há anos, mas foi em 2017 que passei a descrevê-los quase que como notas diárias. Observo que, escrevendo essas notas, reflito sobre o tempo e sobre mim mesmo, sobre o que faço com o meu tempo e o que ele faz comigo. Quando estou mais quieto, o tempo é mais lento; quando ansioso, o tempo passa com tal velocidade absurda que acho que 24 horas não bastam, ou, no sentido mais absurdo: eu não me basto no meu próprio tempo. A única conclusão a que cheguei com os tempos absurdos é que há um tempo para construir e um tempo para demolir, não necessariamente nessa ordem.

Marco Ribeiro é artista visual. Baiano radicado em Fortaleza, usa o tempo e a arquitetura como referências para seus trabalhos. Está no Instagram e no Ateliê Marco Ribeiro.