Bemdito

A pandemia a olhos vistos

Ao estruturar informações científicas técnicas em formas gráfico-textuais, jornalistas e designers prestam serviço à população
POR Juliana Lotif

Ao estruturar informações científicas técnicas em formas gráfico-textuais, jornalistas e designers prestam serviço à população

Juliana Lotif
julianalotif@gmail.com

Desde o início de 2020, somos bombardeadas com informações sobre a Covid-19 ou sobre o coronavírus. Ao passo que crescem as notícias falsas sobre propagação e tratamento relacionadas ao coronavírus, também cresce a busca por informações confiáveis tanto em instituições de divulgação científica quanto em veículos de comunicação.

Nos acostumamos a ver na mídia imagens do vírus, partes internas do corpo humano, gráficos que mostram curvas de contaminação, mapas que indicam regiões com crescimento ou queda do número de pessoas infectadas, além de várias outras representações esquemáticas que evidenciam informações difíceis de mostrar sem o auxílio de recursos visuais.

As representações visuais sempre foram importantes na divulgação científica e já ajudaram a salvar muitas vidas. Uma das formas era convencer a população ou as autoridades sobre medidas de promoção de saúde, desde as imagens usadas nos estudos de anatomia até formas mais rebuscadas, como as que a enfermeira Florence Nightingale e o médico John Snow desenvolveram no século XIX.

Nightingale usou gráficos estatísticos que mostravam as condições sanitárias dos hospitais de campanha durante a Guerra da Crimeia que ficaram conhecidos como Diagrama da Rosa. Snow descobriu que a cólera se espalhava através da água contaminada com o auxílio de um mapa, no qual monitorava o local de contágio das pessoas.

Diferente de outras épocas, a divulgação de informações sobre a atual pandemia se beneficiou de transformações nas narrativas jornalísticas para a mídia impressa, eletrônica e digital e dos avanços quanto à geração e reprodução de imagens, sejam elas estáticas, animadas, bi ou tridimensionais.

Cada notícia que vemos na mídia costuma seguir a ordem: cientista que descobriu alguma informação nova depois de intensos estudos; designer que pensou essa informação visualmente, convertendo em desenho e jornalista, que transformou em palavras, e fez esta informação chegar até você.

Juliana Lotif é professora de jornalismo e design. Está no Instagram.

Juliana Lotif

Comunicadora social e designer, é professora de Comunicação Visual na UFCA. Mestre e doutoranda em Design pela ULisboa, foi coordenadora de cursos de graduação e pós-graduação em Publicidade, Jornalismo e Design.