Forma É conteúdo

Você já deve ter visto alguma notícia hoje. Provavelmente assistiu televisão, leu notícias nas redes sociais de veículos de comunicação, ouviu rádio, clicou em um link que te enviaram em aplicativo de mensagem ou quem sabe abriu um jornal impresso.

Em qualquer uma dessas maneiras de consumir informações jornalísticas, estão em questão elementos de forma e de conteúdo. O mais comum, por herança do modernismo, é pensar que designers dão forma a um conteúdo produzido por jornalistas. Ao contrário disso, afirmar que forma é conteúdo pisa no calo da visão modernista que muitos veículos de comunicação ainda têm sobre o campo do Design.

Para além de uma camada de beleza, a forma é um modo de estruturar o texto na notícia e na reportagem. Aparência, configuração e estrutura são as dimensões da forma enquanto informação que estão presentes em um veículo noticioso através do layout, da tipografia, do estilo das ilustrações, dos gêneros textuais e das editorias da publicação.

A produção de um texto jornalístico envolve também o público e vários profissionais. Quando se fala em público, a forma e o conteúdo fazem intersecção na medida em que um texto passa a ser pensado e configurado com foco em um receptor. É no diálogo com a sociedade que a informação ganha sentido e valor. Uma notícia no rádio, na TV, no impresso ou no aplicativo é para ser vista e compreendida pelos leitores e deve ser produzida pensando nas características dessas pessoas.

Já do ponto de vista dos profissionais, os designers – assim como os jornalistas – são sujeitos ativos no processo de construção de informações jornalísticas e deveriam participar do planejamento das coberturas, da organização dos textos e da proposição de alternativas de narração para os acontecimentos. Novas formas e novos conteúdos só irão surgir se esses profissionais saírem da caixa industrial que empacota os métodos e os resultados dos seus trabalhos. O caminho passa pela colaboração, participação e vínculo com a sociedade.