O Novo 2022: Amoêdo de novo
Afirmar que as eleições de 2022 já começaram virou um clichê desde 2018. A sensação é constante. Mas alguns acontecimentos aproximam a data e antecipam as profecias. O lançamento de João Amoêdo como pré-candidato a presidente, no dia 1º de junho, pelo partido Novo, apressa alguns movimentos já previstos, mas não para agora.
A possibilidade de reforma política, que juntará cláusula de barreira e quociente, torna o “valor” de um deputado federal maior para os partidos, sobretudo na partilha dos fundos. Mesmo para um partido que tem como mote não utilizá-lo, isso influencia, sobretudo para a sobrevivência.
O lançamento de João Amoêdo oficializa as tentativas de uma terceira via, causa mal estar – para usar termos leves – dentro do partido, tem potencial de pulverizar votos de direita (sempre bom lembrar que direita e Bolsonaro não são a mesma coisa) e começa o processo de troca de partidos antes do imaginado.
O que se falava em Brasília era sobre fazer tudo até outubro porque aí, sim, começaria a ideia fixa nas próximas eleições.
Talvez esse prazo seja adiantado pelo movimento de um partido numericamente menor, mas bastante barulhento, que, inegavelmente, trouxe disrupção a um cenário estático por muitos anos.
Com as possíveis mudanças e o interesse em fortalecer uma terceira via contra a polarização, a tendência é a diminuição de partidos, com o esvaziamento de vários e o fortalecimento de poucas siglas.
Além disso, os parlamentares precisarão fazer escolhas. Nem sempre a aproximação será óbvia. Imagens e valores serão negociados.
Mais uma vez, 2022 nos deixando atentos aos próximos capítulos.