La Casa Duz Vetin: da periferia para a periferia

Pega a visão que a parada é certa. Faz teus corre e bota pra gerar! Tá de bobeira aí? Se liga no Vetinflix que é pra pegar pressão! Quem aí tava com saudades da Dufina, Pokideia, Suricate, Gago, Bronks, Princesinha, Gordin? Pois se anima que a perifa já tá no set, a edição tá rendendo e já, já tem episódios novos desse estouro que é La Casa Duz Vetin. A série entra em nova temporada e o fã clube é só emoção. É conteúdo mil grau produzido na periferia para periferia. “Cuida que a tropa tá chegando, moh fi”. #vaisersal 

“Uma série de favela para favela. La Casa Duz Vetin é isso: jovens que escaparam da morte através do acesso à internet, ao celular e à arte”, conta Leo Suricate. “Ei, minha véa! Num adianta competir não, que a favela venceu, deixou de ser buruca!”, completa Rodolfo Rodrigues. Tem que assistir ou assistir! “E se der dislike é pedo viu, nois vai buscar em casa! Mete a cara, fi da bike lanches!”. E a comédia rola solta. A série representa e dá visibilidade ao estilo “vetin” de ser.

O bordão pegou geral: a série mais roxeda do mundo. Basta andar no Residencial José Euclides, que é o assunto que gera. A juventude trabalhando na produção, no figurino, na maquiagem, na direção, na frente e atrás das câmeras. Com apoio da turma do Nigéria e de outros coletivos de arte e comunicação, DuzVetin dialoga com a série espanhola La Casa de Papel. O projeto tem a ideia de retratar a juventude periférica por meio do humor, da crítica, trazendo não só a realidade do tiro e da morte para a cena, mas revelando as vozes e os corpos dissidentes que antes só se enxergavam nos programas policiais. A turma saiu das patrulhas e trincheiras, e ganhou o mundo: é a Vetinflix na disputa de audiência com as melhores produções nacionais de ficção. 

“La Casa Duz Vetin não se limita a uma série, mas um produto que revoluciona a estética, a narrativa, o discurso e toda uma zona de poder. Joga na tela o que a sociedade, num ato de marginalização, lança pra debaixo do tapete. Eu vesti a camisa da família Vetinflix e não quero tirá-la. Tô aqui pra fazer diferença e atear fogo na ordem vigente. Produzir uma obra original de favela é um ato insurgente”, afirma, com orgulho, Helena Barbosa, que atua na produção. 

Pode ler a coluna até o final que aqui não tem spoiler. Mas conto um pouco sobre os novos episódios: tem personagem novo chegando na área. E no capítulo 4, a turma aparece fazendo um novo golpe (estilo La Casa de Papel), com pessoas reféns. No 5, fazem uma ação revolucionária e precisam fugir. 

Para adiar o fim do mundo e botar pra gerar nas perifas todas, celebro La Casa Duz Vetin e Vetinflix. E uma salva a todes que produzem cultura, arte e comunicação nesse Nordeste árido, mas muito divertido: simbora, Leo Suricate, Rodolfo Rodrigues, Everton Cassio, Talmon Lima, Pobretion, Neguinha Opressora, Thays Martins, Ruivinha, Dudu Souza, Suricate Seboso, Nigeria Filmes e uma galera sucesso. 

Fica o convite: assistam aos episódios já veiculados no YouTube. Aguardem as emoções que virão nos próximos. 

E cuuuuuuida, que vai ser sal!